A vida é um pau de sebo com nota falsa na ponta?

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O que mais existe neste planeta?

Quando estamos próximos uma atmosfera de ternura é estabelecida.
O ar que passamos a respirar é composto por afetos e fantasias.
A sintonia é plena, o cheiro é doce, a sensação é saborosa.
O carinho, maestro, suavemente nos coloca em identificação mútua e contínua.

Nossas palavras trocam olhares, nossos sentimentos dançam, nossas idéias flertam. Neste momento, somos as erupções de nossos desejos. E é neste clima quente e delicado que o encontro dos nossos pensamentos acontece.

A partir de um determinado momento juntos uma outra dimensão se abre. Um planeta só nosso é instantaneamente criado. Lá, o perfume da vida pode ser provado e usado sem restrições. Um caleidoscópio sobre nós dois.
Um planeta multifacetado unindo o vulgar ao sublime, o profano ao sagrado, o pecado ao perdão, a minha boca à sua.

P.S. A melhor parte da minha vida esta expressa na cartografia do nosso amor. Nossos mapas e mosaicos, nossos rituais e intuições, são registros sagrados e eternos.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Um pouco de nós

Na tentativa de desmistificar suas malícias conheci uma exuberância de sensações.
A desorientação decorrente fecundou em mim o deslumbramento.
Embriagado de curiosidade saboreio sentimentos oriundos de suas travessias nas travessuras.

Sinto como se estivesse sendo conduzido a uma névoa... o branco absoluto que visualizo parece querer mostrar-me as incontáveis possibilidades existentes e a incapacidade de compreensão.

Incentivado por minhas sandices e obsessões persisto em minha busca ousada.
Quero desvendar, desbravar, descobrir o mistério, a mágica...

A mágica que constrói e protege nossa sintonia estabelece a segurança exigida, oferecendo condições propícias para a paixão abastecer-se do nosso deleite.

Os ritmos dos nossos corpos misteriosamente harmonizados, alinham nossas razões enfeitando-as com cores únicas e quentes.

Nosso lema é o abismo. A proposta é ir ao desconhecido. Transitar em meio ao branco, que de tão imponente, cega! Lá, vamos pegar o incomum, o extraordinário, o sublime, o amor!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O embrião da vontade (2)

E quando embriagado de curiosidade, o sujeito está grávido de imaginação - o combustível do pensamento.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O embrião da vontade (1)

Só nos entregamos absoluta e sinceramente quando estamos embriagados de curiosidade.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Quem vai vencer?

Descubro um vício após o suicídio de uma virtude.
Eles me seduzem...
Elas me amam...

Eles me matam pra mim.
Elas se matam por mim.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Fragmentos de um sonho bom (parte 4).


“Fico me perguntando como é que vai ser daqui a um tempo, caso não se mantenha o já parco vínculo familiar com a literatura, caso não se dê mais valor a uma educação cultural, caso todos sigam se comunicando com abreviaturas e sem conseguir concluir um raciocínio". (Martha Medeiros)

Cheguei cheia de vitaminas, mas vazia de proteínas! Cheguei querendo viver, ouvir, ver, ser... Cheguei inflada pela minha perspectiva romântica, pelo meu idealismo prosaico e pela minha esfomeada vontade de misturar as diferenças, e fazer disso, verdadeiramente, vida! A ficção que criei para impor minha existência e o “faz de conta” usado nas histórias que conto pra mim mesma e a outros sobre quem eu sou, quando em contato com a realidade, foram um fiasco, uma calamidade, a minha ruína. Estou dilacerada!

“Que o tempo insiste porque existe um tempo que a de vir” (Vinícius de Moraes).

Fiquei cega depois de ver pessoas que não tem coragem de examinar suas mágoas, derramarem sobre o mundo o seu desespero interior na forma de desrespeito e ódio dos outros. Fiquei surda depois de ouvir que a religião está virando superstição, a fé um show muito rentável, a paz uma balbúrdia, a família um pandemônio, o autoconhecimento uma perda de tempo e a compaixão uma babaquice. Intoxicada com as percepções distorcidas testemunhadas, atordoada com os valores desfigurados pela ignorância, envenenada pelo folclore desenhado por mim, sobre o mundo, para mim, desmaiei! Além de proteínas, me faltaram pulmões. Pulmões capazes de respirar merda por uma quantidade de horas indeterminada.

“A essência da existência é a dor” (Arthur Schopenhauer).

Escrevo movida por uma profunda preocupação pela dor, pela dificuldade e pela luta da minha vivência. Escrevo para narrar o lento e contínuo processo de degeneração de mim mesma. Escrevo por não ter companhia! A propósito, ao longo de minha vida, sempre fui terrivelmente isolada, rejeitada, desprezada e mal compreendida. Escrevo para não morrer asfixiada! Escrevo para me salvar do desalento, para propulsar o desamparo, para harmonizar divergências interiores e promover o resgate das emoções e do impulso humano. Escrevo para expor meus demônios, livrar-me do cárcere e despir-me inteira, completa, pra você! Que procrastinadora, nunca souber ler meus fragmentos. Escrevo para colorir o silêncio e silenciar o farfalhar. Escrevo porque foi a única forma que encontrei de me manter viva, de domar minha avidez pelo viver. Escrevo porque sou a luz acesa, o sol! Um sol derretendo o escuro do pessimismo, e por isso, nunca vou desistir de chamar sua atenção. Quero que você me enxergue, me interprete, me aceite, e assim, viva regida por mim. Quem sabe um dia eu consiga pegar aquele pensamento, acertar aquele sentimento em cheio, e encher-me de satisfação! Mas, como diz o poeta: a satisfação é a morte! E como é contra ela que eu vivo, então, enquanto viva, serei insatisfeita.

“É na arte que o homem se ultrapassa definitivamente”. (Simone de Beauvoir).

Abro os olhos... Estou deitada em uma cama confortável num quarto grande com paredes brancas, consigo mexer apenas com a cabeça, não sinto o restante do meu corpo. O coração em consistentes e acelerados pulos. A vista embaçada. Braços e pernas enfaixados. Tento mexer e realmente não consigo. O sentimento de impotência toma conta de mim. Mãe do medo, esse sentimento me corrói. Penso que a vida não pode ser um processo de “ajustamento” à sociedade, mas sou muito diferente. Tenho uma enorme dificuldade de manter meus pensamentos, intenções e sentimentos focados no mesmo sentido. Sou o paradoxo, a ambigüidade, a controvérsia, o dualismo, a ambivalência... Enquanto estava desmaiada, ouvi uma voz que parecia dizer ter escrito alguma coisa. A dor na cabeça é muito forte, não consigo lembrar o que exatamente continha nesse sonho, presságio, intuição... Inexplicavelmente, sinto-me menos fraca por saber que algo aqui dentro não vai desistir de mim. Esse “algo”, no sonho, dizia ser a luz acesa, o sol que quer derreter o escuro do pessimismo. Fiquei um pouco aliviada com esse sonho. Preciso, agora, juntar os cacos e integrar o “eu”, despedaçado. Penso que estou sentindo a loucura, vivendo a loucura. Estou conhecendo meu pensar emocional e, assim, expandindo mais um pouco o conhecimento sobre o que sou. A parte ruim, é que essa experiência provoca uma ansiedade exasperadora de vivenciar o mundo. Estou delirando de tanto inalar lucidez, overdose de desespero! Estou sendo violentada pelo excesso de informação, nocauteada. Uma vertigem assustadora... Desmaio, mais uma vez.

"Cada homem especula sobre como criar no outro uma nova carência, a fim de forçá-lo a um novo sacrifício, colocá-lo em nova sujeição e induzi-lo a um novo modo de fruição e, por isso, de ruína econômica”. (Karl Marx).

A pele velha tem que cair para que uma nova possa crescer. Você precisava passar por isso! Você precisava sentir nessa nova pele que está sendo formada como os humanos estão vivendo. O processo é longo e muito doloroso, a recuperação é lenta, mas você é forte! Eu sei que você vai resistir. Eu tenho cada letra, cada palavra, cada verbo, cada objeto direto, indireto, os dois juntos e até as locuções e os adjuntos da sua personalidade. Eu tenho cada oração, eu recebo todas as suas orações, até aquela que você julgou não ser uma oração por não estar com os olhos fechados. Enfim, sei cada período composto, que compõem sua tristeza, sua dor. Eu tenho todas as notas, sustenidos e bemóis da sua alegria. Eu guardei tudo que você usou para se construir. Conheço todos os detalhes, por isso, queria ajudá-la a ser o que sua essência tanto grita, implora, explode! Mas, você ainda não me descobriu. E temo que nunca descubra, pois, o momento histórico atual não valoriza quem se preocupa comigo, é considerado um alucinado quem enxerga meus sinais e um tolo quem procura me conhecer. Na verdade, assusto as pessoas, pois, sou conhecido como o calabouço, a masmorra da existência. Talvez por isso, sou cada vez mais deixado de lado. Bom, o momento histórico atual é regido, basicamente, por duas forças: a primeira é a moral cristã que, por meio de falsos profetas e errôneos caminhos, está levando os seres humanos à constante repressão de seus instintos e desejos. A segunda é o capitalismo que, por meio da globalização e da mídia, está fortalecendo a lei do menor esforço sofisticando o não pensar e aumentando a capacidade de fugir do dia a dia e de si mesmo. Assim, estamos nos transformando numa sociedade de consumo assombrada pela religião. Uma sociedade que não conhece seus desejos genuínos, singulares, autênticos, por não conhecer a si própria. A vida, a convivência, a consciência são arrabaldes sacrificados e abandonados, em prol da propriedade.

"Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento". (Machado de Assis).

Abro os olhos novamente... Náusea! A boca seca, incapacidade de gritar ou até mesmo de falar qualquer coisa. Meus olhos vendados e os ouvidos protegidos. Estou internada recebendo colágeno, actina, miosina, queratina, anticorpos... Estão reabastecendo minhas células com proteínas e consequentemente cuidando da minha troca de pele. Isto é o pouco que entendi sobre o que estão fazendo comigo, sobre o que está acontecendo comigo. Tubos no nariz regulam meu sistema respiratório. Meu organismo está sendo reconstituído e preparado, mas preparado pra quê? Preciso disso? Agora, mais do que sempre, só tenho os pensamentos como companhia. Pensar é minha distração, meu fôlego, minha salvação. Lembro que sonhei mais uma vez com uma voz. Uma voz que parecia sair de dentro da minha cabeça, esta voz tentava me explicar o sistema que as pessoas vivem. Pensar nesse sonho, me faz sentir como se estivesse indo pra um lugar desconhecido, mesmo assim, insisto, o esforço mental imposto por mim nessa busca, me faz vislumbrar falhas éticas em meu comportamento, posturas que negligencio, por não saber lidar com as mesmas, são elas: militância política e religiosidade. Sinto que preciso urgentemente preparar uma via para exercer minha religiosidade, que é algo bem diferente de religião. Preciso preparar também uma via para exercer minha militância política, que independe de partido. Militância política é algo natural em todos nós, o segredo é descobrir a melhor maneira de explorá-la. Estas duas vias exigem prudência, perspicácia e diligência nas suas construções e manutenções. Feito isso, a base para afirmar minha potência de vida estará estabelecida.

"A alma nasce velha e se torna jovem. Eis a comédia da vida. O corpo nasce jovem e se torna velho. Eis a tragédia da alma". (Oscar Wilde).

O que estou fazendo não é um culto ao idealismo, ao existencialismo, ao humanismo, ao romantismo, ao racionalismo, ao empirismo, etc. Eu estou, na verdade, é misturando tudo! Pois, uma certeza solidificou-se em mim: sou nada! E isto também não significa uma queda ao niilismo, e sim a afirmação da vontade de descobrir, de conhecer, de me humanizar, mas na melhor acepção que essa palavra pode possuir.

“Não quero faca, nem queijo. Quero a fome!”. (Adélia Prado).

Estamos nos preocupando com os sintomas e não com as causas. Atualmente, apropriamos como confortável tratar das doenças, em vez de consolidar a saúde. Antes de mergulhar na religião, de procurar cartomante, regressão, amante. Antes de provar as coisas externas que são anunciadas e prometidas como a grande e única solução, salvação, conheça a si mesmo! Tenha a disposição de muito mais que estudar sua alma, enfrentar as dores de ser a própria!

Um brinde à disposição!

“O melhor de mim é aquilo que eu ainda não sei.” (Clarice Lispector)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Silêncio, parabéns!

O vento é o antagonista da madrugada.
Exibicionista, derruba as folhas velhas e frágeis das árvores para arrastá-las pelas ruas com o prepotente intuito de vencer o silêncio.
E o silêncio, é a companhia que eu procuro no fim da noite.
Ouço-o, reconheço-me! Neste encontro secreto, sou o que a luz do dia setenciou como meu avesso.
E a luz é pontual, sabe a hora certa de chegar no oeste. A luz é anunciada pelo vento que permanece com sua obsessão de triunfar sobre o silêncio, seu plano agora é acabar com a alvoradada, para isto, ele sopra ganancioso e muito rápido, a velocidade desmedida provoca um frio, o que permite, ironicamente, a soberania do silêncio.
E quando o vento não sabe mais o que fazer, o silêncio satisfeito, despede-se vitorioso, iluminado pela parte mais bonita do dia: o doce, fugaz e confuso, encontro do sol que chega e da lua que se vai.

É a poesia do universo se exibindo para quem possui a dádiva, a benção, o privilégio de amar e ser amado...
Vivenciando e eternizando a aurora!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Um pouco dela (3)

Versatilidades e vulnerabilidades se unem para formar seus gestos que buscam atrair e surpreender meus olhos.
Sutilezas e complexidades confundem-se na tentativa de mostrar o que você sente.
Seus pasmos e muxoxos se misturam pra revelar o ermo da carência clamando por nossos rituais.

Truques criados pelo coração despertam emoções apaixonadas. É o amor estabelecido em doces armadilhas. A expectativa é atendida com a lenta, fragmentada, ansiada, gradual e suave solidificação do sonho em realidade.

sábado, 29 de maio de 2010

Fragmentos de um sonho bom (parte 3)



“Exílios calados quimeras que exalam sós”

Uma névoa cinzenta é o que me rodeia.
E rodando, estupidamente... Você fez de mim uma estátua! Paraplégica.
Estou sem espaço e sem estômago. Olho pro espelho e não é o meu rosto que vejo.
Respiro com muita dificuldade, o poluído ar que me oferece: Angústia, ansiedade, aflições, dor, sofrimento, desespero, fracassos, frustrações, pânico! Insegurança Crônica.
Minha criatividade está hipnotizada, enganada, negligenciada, quebrada, estilhaçada... Por suas convicções inconsistentes, suas condutas imundas e seu entusiasmo carbonizado.
Meu crescimento está minguando, com as repetidas subtrações de beleza dos meus sonhos... Desconforto!
Minhas virtudes murcharam, minhas potencialidades e talentos estão presos na sua falta de gesto... Desorientação!

Sinto que sei que sou um tanto bem maior... Que você!

Você me faz mal, leva-me para lugares que não gosto, obriga-me a fazer o que não quero.
E Não quero... Que suas intenções distorcidas definam minha realidade e que minha história seja amarrada em suas limitações e em seus traumas. Não quero mais as sobras da sua natureza medíocre.
Na verdade eu queria nem ter precisado de você... Como eu queria!

“Os pecados do pai recaíram sobre os filhos” (Hamlet para Claudius)

Eu queria ter desfrutado do privilégio que é viver ao mesmo tempo a juventude e a liberdade.
Eu queria ter misturado os sonhos com as lembranças, verdadeiramente, dentro do que fui no instante do privilégio que não desfrutei.
Eu queria aprender a criar asas, me livrar das minhas marcas e ficar do tamanho que aquela música me faz imaginar que tenho.
Eu queria ter alcançado a condição na qual minhas ações fossem resultados das minhas escolhas.
Eu queria que as escolas fossem circos, com a intenção de unir e fazer todos brincarem de pensar.
Eu queria que as igrejas fossem saraus, com a intenção de unir e fazer todos pensarem em brincar.
Eu queria os palhaços no lugar dos bandidos. E ao invés de dinheiro, sonhos e vidas eles roubassem sorrisos, ofertando a alegria em poesia nas esquinas.
Eu queria...

“Que seja feito de acordo com sua fé” (Mateus 9:29)

Eu reflito sobre o que eu quero e queria. Enquanto você, nada!
A única coisa que saí da sua boca é: nada!
É muita lassitude, indolência, letargia... Acho que você morreu, só pode ter morrido! A névoa cinzenta está cheirando mal...
É a sua carne morta. É você em decomposição!
É tudo que eu odeio apodrecendo.... Tudo que trava meu caminhar e que toli meu desenvolvimento, desmanchando.
Vejo o horizonte menos embaçado, ainda não vejo meu rosto, mas vejo o alvo e o caminho...

“Se você sabe o porquê, pode suportar qualquer como” (Friedrich Nietzsche)

Vença o corpo, ele é a fronteira entre sua alma e o mundo.
Acabe com essa fronteira, rompa o limite que impede sua alma de entrar no mundo.
Seja um tanto bem maior! Não fique preso no corpo.
Seja alma! Uma alma incandescente e intrépida.
Quando nos descobrimos Alma, percebemos que a vida não pode prosseguir sem pretender ir ainda mais longe, mais alto...

Um brinde a resiliência!


"Despir nossa Alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro. Não conheço strip-tease mais sedutor". (Martha Medeiros)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

seus olhos...

Retrovisores, _________________ faróis,
mostrando-me, _______________ guiando-me,
ao que passou ________________ pra ser amor.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Que seja brisa...

Entre palavras que aprendo e sentimentos que surgem... Vivo!
Entre lembranças de nós dois e as reminiscências do que fui antes de conhecê-la... Evoluo!
Entre paisagens gravadas na minha mente e detalhes que criei a mania de observar incessantemente... Sofro e existo!
Entre paixões, momentos, sorrisos, dores... Entre sonhos, caules, frutos, vontades, flores... Amo e cresço!

Entre você e mim, entra e saí amor! Formando ventos num ciclo inconstante e infinito. Ás vezes uiva como um lobo bobo ou como um inspirado cão. Outras vezes forte que até fura, jogando tudo pro alto como um impiedoso furacão. Em seus momentos de calmaria, sopra leve igual brisa, que nem fisga, não deixando pista e até pisca, quando de saída, desaparece incompreendida.

O amor é uma brisa charmosa. O amor é um imponente furacão! O amor é construído por nossos anseios, nossos pensamentos, nossos gestos, nossas lembranças, nossos jeitos de ser, nossas características particulares, nossos pontos de vista...
Construímos o amor dentro de nós a todo instante - confesso que dá medo do que é amor pra uns, ao mesmo tempo que emocionados admiramos o que é amor pra outros. Assim a vida acontece, sempre com amor envolvido, seja lá que "tipo" de amor. Podemos tentar falar de tudo sobre esse sentimento tão escorregadio, podemos tentar defini-lo de variadas formas, tentar...
O importante é que o amor nunca é morno. Ele é sempre forte ou fraco, nunca mais ou menos: uma brisa delicada ou um implacável furacão. Tanto um quanto o outro tem seus encantamentos, suas causas sempre subjetivas e seus efeitos sempre exagerados, dramáticos, neuróticos, mas necessários. Uma coisa é certa, por mais que tentamos, não conseguimos prever o amor: como se forma, de onde veio, se vai vir forte ou fraco, pra onde vai...

Pra saber (quando) ser furacão!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Deu um nó no peito.

Tentei descobrir o que era...
Ficando em silêncio!
Comecei a escutar um barulho dentro de mim.
Fechei os olhos e o barulho começou a aumentar...
Descobri que são meus desejos se organizando - me desorganizando - pra amá-la com a máxima urgência.


- A indisfarsável transparência dos seus sentimentos, desperta em mim a vontade de morrer, por não me sentir capaz de alcançar ao menos a reciprocidade.

domingo, 9 de maio de 2010

Gênese da intensidade.

O dia cinza pinta o interior da nossa casa, deixando-a com uma cor de descanso, de preguiça, principalmente quando esta é fruto do amor. E, aqui estamos, deitados. Olhos nos olhos....

É tão bom quando fazemos descobertas, quando amamos descobertos... Das roupas!

O edredom é a única coisa sobre a nossa pele. Lá fora a chuva caí em pingos finos e espassados. A força da "chuvinha" parece imitar o ritmo dos nossos carinhos. Ao pé do ouvido, você me revela algumas coisas que suas pernas, cintura e língua sabem. Depois solta um sorriso lascivo de uma forma especialmente inocente
(você tem o dom de misturar sentimentos antagônicos num gesto e deixar isso ficar magicamente belo. Sinto-me um privilegiado por testemunhar tanta beleza de uma só vez). A chuva começa a aumentar, nossos beijos também. Percebemos uma estranha e misteriosa ligação entre nossas carícias e a chuva.
Você, sempre espirituosa e voluntariosa, pede para que caia um dilúvio, e assim acontece!

Passamos, então, a nos beijarmos no ritmo da chuva, que agora é tempestade.
Penso nos poderes que você têm...
Na forma como mistura tudo.
Na facilidade encantadora com que transforma o impossível em possibilidades palpáveis.
E, assim, começo:
Minha bruxa, minha fada!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um pouco dela (2)

Seus grandes olhos castanhos exprimem curiosidade e inocência.
Sua paixão impúdica contrasta com seu jeito delicado.
Dona de um charme insidioso, de um corpo adorável, de uma boca obscena de tão linda...
Suas contradições... Seus encantamentos.
Suas controvérsias... Minhas fascinações.
Nos seus delírios... Sou monstros e Deuses repetidamente.
Nas suas interjeições, hipérboles, paradoxos e paroxismos... Me perco, me encontro, me excito!
Surge, então, um sentimento atordoado de uma coisa muito bela.
Seria um prelúdio, ou uma quimera?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O amor? É amar!

- Amor... Quem é você?
- Sou uma mistura da loucura com o errado no molho fervendo - com as mais diversas emoções - da incompreensão.

- E você, Amar, é quem?
- Sou absurdamente paciente, incompreensivelmente espirituoso e infinitamente entusiasmado.
Mas aqui, Amor, e a Dor, o que ela é?

- Amar, você é des(espera)dor! Você é pra quem espera a dor!
- E você, Amor, é pra quem?
- Eu sou pra quem sabe que a dor é imortal, pra quem gosta das implicações e dos efeitos da dor.
- Amor, Então nós existimos pra quem espera a dor ir e vir, entrar e sair, acordar e dormir... Fomos feitos pra quem gosta da dor?
- Amar, somos um descanso - com dor - da dor.
- Amor, porquê você não larga a dor?
- Pelo simples fato que é a dor que me alarga e me alaga dentro de você.

A dor, alaga e alarga o amor dentro do amar.
A Dor, não é apenas uma rima do amor. Ela é o próprio Amor!
Mas... Mesmo assim... E talvez por isso, ame!
Ame o amar com amor.
E com dor... Sempre!



"A felicidade é amor, só isto.
Feliz é quem sabe amar. Feliz é quem pode amar muito.
Mas amar e desejar não é a mesma coisa.
O amor é o desejo que atingiu a sabedoria.
O amor não quer possuir.
O amor quer somente amar". Hermann Hesse.