A vida é um pau de sebo com nota falsa na ponta?

sábado, 29 de maio de 2010

Fragmentos de um sonho bom (parte 3)



“Exílios calados quimeras que exalam sós”

Uma névoa cinzenta é o que me rodeia.
E rodando, estupidamente... Você fez de mim uma estátua! Paraplégica.
Estou sem espaço e sem estômago. Olho pro espelho e não é o meu rosto que vejo.
Respiro com muita dificuldade, o poluído ar que me oferece: Angústia, ansiedade, aflições, dor, sofrimento, desespero, fracassos, frustrações, pânico! Insegurança Crônica.
Minha criatividade está hipnotizada, enganada, negligenciada, quebrada, estilhaçada... Por suas convicções inconsistentes, suas condutas imundas e seu entusiasmo carbonizado.
Meu crescimento está minguando, com as repetidas subtrações de beleza dos meus sonhos... Desconforto!
Minhas virtudes murcharam, minhas potencialidades e talentos estão presos na sua falta de gesto... Desorientação!

Sinto que sei que sou um tanto bem maior... Que você!

Você me faz mal, leva-me para lugares que não gosto, obriga-me a fazer o que não quero.
E Não quero... Que suas intenções distorcidas definam minha realidade e que minha história seja amarrada em suas limitações e em seus traumas. Não quero mais as sobras da sua natureza medíocre.
Na verdade eu queria nem ter precisado de você... Como eu queria!

“Os pecados do pai recaíram sobre os filhos” (Hamlet para Claudius)

Eu queria ter desfrutado do privilégio que é viver ao mesmo tempo a juventude e a liberdade.
Eu queria ter misturado os sonhos com as lembranças, verdadeiramente, dentro do que fui no instante do privilégio que não desfrutei.
Eu queria aprender a criar asas, me livrar das minhas marcas e ficar do tamanho que aquela música me faz imaginar que tenho.
Eu queria ter alcançado a condição na qual minhas ações fossem resultados das minhas escolhas.
Eu queria que as escolas fossem circos, com a intenção de unir e fazer todos brincarem de pensar.
Eu queria que as igrejas fossem saraus, com a intenção de unir e fazer todos pensarem em brincar.
Eu queria os palhaços no lugar dos bandidos. E ao invés de dinheiro, sonhos e vidas eles roubassem sorrisos, ofertando a alegria em poesia nas esquinas.
Eu queria...

“Que seja feito de acordo com sua fé” (Mateus 9:29)

Eu reflito sobre o que eu quero e queria. Enquanto você, nada!
A única coisa que saí da sua boca é: nada!
É muita lassitude, indolência, letargia... Acho que você morreu, só pode ter morrido! A névoa cinzenta está cheirando mal...
É a sua carne morta. É você em decomposição!
É tudo que eu odeio apodrecendo.... Tudo que trava meu caminhar e que toli meu desenvolvimento, desmanchando.
Vejo o horizonte menos embaçado, ainda não vejo meu rosto, mas vejo o alvo e o caminho...

“Se você sabe o porquê, pode suportar qualquer como” (Friedrich Nietzsche)

Vença o corpo, ele é a fronteira entre sua alma e o mundo.
Acabe com essa fronteira, rompa o limite que impede sua alma de entrar no mundo.
Seja um tanto bem maior! Não fique preso no corpo.
Seja alma! Uma alma incandescente e intrépida.
Quando nos descobrimos Alma, percebemos que a vida não pode prosseguir sem pretender ir ainda mais longe, mais alto...

Um brinde a resiliência!


"Despir nossa Alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro. Não conheço strip-tease mais sedutor". (Martha Medeiros)

Um comentário:

Ana Luiza Gonçalves disse...

Gostei de todas as citações.
Um brinde à fraqueza e um brinde aos fortes que fazem nela existir beleza e sabedoria. Vamos despir nossa alma para sermos livres e eternos, like my dream.