O braço sustenta o que sobrou
O Cotovelo no joelho, a mão no rosto.
Olhos fechados, o dever acabou.
Mais ainda fica um inexplicável gosto
Assim, ele ficou horas sentado.
No degrau de uma loja fechada
O braço firme, no joelho apoiado.
Pra segurar a cabeça cansada
Desse jeito, ele se entregou ao sono.
Por 5 horas, em pleno centro da cidade.
Sem medo, no mais completo abandono.
Era o mais fiel retrato da sua realidade
Quando enfim ele acordou, ficou muito assustado.
Milhões de pensamentos estranhos em um segundo
O braço dormente, a boca com um gosto amargo.
Por ser apenas mais um, sobrevivendo no mundo.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
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4 comentários:
Tem coisas que deveriam ser irreversiveis.Porque o sofrimento de um trabalhador, que trabalha de sol a sol para dar um pouco de dignidade aos seus cincos filhos, que ja tem em seu futuro uma triste estoria de sofrimento e pobreza herdados involuntariamente,nao é irreversivel. Por que a tristeza e a pobreza, sao ta dificies de reverter. Sera que, para que uns tenha uma felicidade reversiveis, outros tenham que sofrer irreversivelmente. Mundo podre esse, vide a Africa. Irreversivel pra mim é isso!!!
Olhando para o lado poético, eu adoro a escrita cotidiana.
Me lembra um pouco Chico em suas singulares - e extraordinárias -canções.
Eu aposto que se vc desse isso pra ele, ele faria uma música fácil, fácil.
;)
...é possível reverter essa história?!
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